domingo, 3 de agosto de 2008

Damas de Ferro.



As mulheres estão há muito pouco tempo no mercado de trabalho. A invasão feminina a este mundo produtivo, até então de domínio total dos homens, teve início nos anos 1950 e explodiu na década de 1980.Então aconteceu um estranho fenômeno. As mulheres que conquistavam posições de poder, como executivas ou políticas, o faziam assimilando o comportamento e a postura masculinas.Até a moda dos anos 80 refletia isso: os blasers femininos, as camisas e até os vestidos apresentavam enormes enchimentos nos ombros, tornando triangular a silhueta da mulher, a exemplo da silhueta dos homens. Ombros largos simbolizam poder e masculinidade, não apenas na moda mas também na linguística: quando você diz que alguém tem “ombros largos” está dizendo que este alguém tem poder, proteção especial e, como Atlas, carrega um mundo nas costas. Ombros largos são uma característica masculina, em sentido literal e figurado.As mulheres dos anos 1980 forjavam ombros largos com enchimentos sob a roupa. Assim como forjavam também o comportamento e o pensamento masculinos para poder ocupar posições na vida fora do lar.São dessa época as badaladas primeiras ministras, respectivamente da Inglaterra e de Israel, Margaret Tatcher e Golda Meir, que eram chamadas de “Iron Ladies”, Damas de Ferro. Ambas tinham atitudes tipicamente masculinas no exercício do poder. Indira Ghandi, primeira ministra da India, também era assim. E assim eram as executivas.Mulheres em cargos de chefia costumavam ser temidas porque todo mundo sabia, nas empresas, que as chefes mulheres era muito mais duras do que os chefes homens, o que parece um contra- senso, já que a mulher é milernamente conhecida por atribuições como a compreensão, a ternura, a tolerância...Voz corrente também nesta época era que a mulher tinha que trabalhar três vezes mais e três vezes melhor que seus colegas homens para conseguir uma promoção.Elas são mesmo muito inteligentes: Elas são mesmo muito inteligentes: assimilaram os comportamentos masculinos para serem bem sucedidas num mundo que, até então, era composto exclusivamente de homens.Hoje, quase três décadas depois da consolidação da presença feminina no mundo da produção e da política, a conversa deve ser bem outra.Nenhuma mulher precisa mais se “transformar” num homem para trilhar os caminhos do sucesso profissional. Ao contrário.Muitas empresas modernas já perceberam que só elas têm uma atribuição que pode ser muito útil para os negócios: a intuição.Todos os valores e caracteristicas do universo feminino podem e devem ser levadas para a vida profissional e política. Não apenas a intuição, mas também o olhar sobre o mundo.O homem vê o mundo como algo a conquistar e dominar. Cheio de testosterona, o sexo masculino é agressivo, um competidor nato que, em tempos pré históricos, competia pelas fêmeas como até hoje o fazem os animais.A mulher vê o mundo de uma maneira completamente diferente. Ela sempre foi a força sedutora e conciliadora nas relações familiares. Tem uma capacidade diplomática capaz de amenizar as mais furiosas rusgas dentro da família. Tem a intuição. Tem o instinto acolhedor e maternal.O mundo político, assim como o mundo produtivo, é obra exclusivamente masculina. Foi moldado nos valores e padrões da masculinidade. São portanto mundos construídos apenas pela metade. Falta a eles o lado feminino.Por isso são mundos de guerras, mundos injustos e cruéis.Estão em desequilíbrio.Num breve futuro, será a presença feminina que corrigirá e equilibrará estes mundos. Espere só pra ver!Não mais damas de ferro, elas serão damas de seda.


(Disponível em: http://www.wmulher.com.br/template.asp?canal=etiqueta&id_mater=4065&parte=1)Por Micarla Souza.

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